Aquela cena de terror: você volta onde estacionou e nada. O carro sumiu. Após o pânico inicial, a ficha cai: ele foi rebocado pelo Detran, com certeza.
Nesse momento, uma pergunta começa a gritar na sua cabeça: quanto essa brincadeira vai me custar? A gente sabe que essa é a maior preocupação de todas.
E não é por menos. A remoção de um veículo para o pátio dá início a uma corrida contra o relógio, onde cada hora parada representa mais dinheiro saindo.
Para você ter uma ideia do tamanho do problema, milhares de veículos são leiloados todo ano simplesmente porque seus donos não conseguem pagar a conta.
Este guia foi feito para te dar clareza total. Vamos detalhar cada taxa, com dados oficiais, para você se planejar e recuperar seu bem sem gastar a mais.
A conta final para liberar seu carro não é só o valor do guincho. Ela é uma soma de várias taxas que você precisa conhecer para não ser pego de surpresa.
Entender cada um desses componentes é o que vai te dar o controle da situação, transformando o desespero em um plano de ação muito mais concreto e eficaz.
Vamos quebrar essa fatura em partes, explicando o que significa cada item, para que tudo fique bem claro e você saiba exatamente o que está pagando.
Esse é o ponto de partida da sua dívida com o sistema. A taxa de remoção é o valor tabelado pelo serviço do guincho que levou seu veículo da rua ao pátio.
O custo é fixo, mas varia de acordo com o tipo do seu veículo. Rebocar uma moto, por exemplo, é bem mais barato do que rebocar um carro de passeio.
E o valor para um veículo pesado, como um caminhão, é ainda maior. Isso acontece porque a operação exige equipamentos muito mais robustos e complexos.
Assim que o veículo entra no pátio, um novo relógio começa a rodar. É a cobrança da diária de estadia, seu maior inimigo financeiro nessa história.
Pense nela como a diária de um hotel para seu carro, só que uma que você é obrigado a pagar. Ela é cobrada por cada dia ou fração de dia que ele fica lá.
É aqui que a dívida pode virar uma bola de neve gigante. Se você demorar dez dias para resolver as pendências, pagará por dez diárias completas.
Apesar de a diária ser um grande problema, a lei te protege de uma dívida infinita. Existe um limite claro para essa cobrança que você precisa conhecer.
Uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro, pela Lei nº 13.281 de 2016, botou um freio nisso. A cobrança está limitada a um máximo de 180 dias.
Isso significa que, mesmo que seu carro fique um ano no pátio, o valor das estadias não pode passar do correspondente a seis meses. Isso dá um teto ao custo.
Além do guincho e das diárias, que são os custos mais óbvios, podem aparecer outras pequenas tarifas na sua conta. São os chamados custos administrativos.
Dependendo do estado e das regras do pátio, pode existir uma “taxa de liberação” ou outra cobrança pela burocracia. Fique de olho nesses valores.
Geralmente não são quantias altas, mas elas somam no montante final. Sempre pergunte no pátio se há alguma taxa extra para ter o valor exato em mãos.
Chegou a hora de falarmos de números. Fizemos um levantamento gigante, capital por capital, com os valores da taxa de remoção, o famoso guincho.
É crucial entender que estes são os dados oficiais mais recentes que encontramos. Alguns Detrans são transparentes, outros nem tanto. Fomos honestos aqui.
Onde achamos o valor exato, nós o colocamos. Onde o sistema de cobrança é diferente ou não há dados claros, nós explicamos como funciona o cálculo.
São Paulo (SP): Na capital, o serviço é da prefeitura. A taxa de reboque para motos e carros leves é de R$ 381,64, um valor de referência importante no país.
Para os veículos pesados, como caminhões e ônibus, o custo da remoção na cidade de São Paulo sobe consideravelmente, chegando ao valor de R$ 801,45.
Rio de Janeiro (RJ): Os valores na capital são definidos por uma concessionária. A estimativa média para motos é de R$ 188,72. Já para carros, R$ 377,41.
No Rio, a remoção de veículos pesados tem um custo bem mais elevado. O valor inicial é de R$ 754,82, mas pode variar muito dependendo do caso.
Belo Horizonte (MG): Em Minas, a taxa de reboque é um valor único estadual, pago via DAE. O custo é de R$ 286,84 para qualquer tipo de veículo rebocado.
Vitória (ES): No Espírito Santo, a taxa é calculada com base no VRTE, uma unidade de referência fiscal. O valor muda, então consulte o Detran-ES.
Curitiba (PR): O Detran paranaense define valores máximos para as empresas. A média de remoção para motos na capital fica em torno de R$ 181,50.
Para carros de passeio e utilitários leves em Curitiba, o valor médio do guincho é de aproximadamente R$ 272,26. Para pesados, sobe para R$ 544,52.
Florianópolis (SC): Em Santa Catarina, os valores são definidos em contrato com os pátios. A média para motos na capital é de cerca de R$ 155,75.
Para veículos leves, o custo médio do reboque em Florianópolis é de R$ 259,58. Já os veículos pesados têm um custo de remoção de R$ 519,16.
Porto Alegre (RS): O Detran gaúcho é bem transparente e publica uma tabela oficial. O valor de reboque para motos na capital é de R$ 260,28.
Na capital gaúcha, a remoção de veículos leves custa R$ 375,54. Para os pesados, o valor definido pelo Detran-RS é de R$ 650,70, um dos mais altos.
Brasília (DF): O Distrito Federal tem uma tabela oficial clara. Para motocicletas, o valor da remoção praticado pelo Detran-DF é de R$ 277,00.
Para carros de passeio e outros veículos leves em Brasília, o custo do serviço de guincho é de R$ 386,00. Para pesados, o valor é de R$ 702,00.
Goiânia (GO): Em Goiás, a agência de regulação define os preços. Para motos na capital, o custo médio do reboque é de aproximadamente R$ 195,12.
Na capital goiana, a taxa para remover veículos leves é de R$ 301,44. Para caminhões e ônibus, o valor do serviço de guincho sobe para R$ 585,36.
Campo Grande (MS): No Mato Grosso do Sul, os valores são definidos em portarias. A remoção de motos na capital custa, em média, R$ 178,35.
Para veículos leves em Campo Grande, o valor do guincho fica em R$ 267,52. Para os veículos pesados, a taxa de remoção é de R$ 445,87, em média.
Cuiabá (MT): O Detran do Mato Grosso não possui uma tabela fixa e centralizada de preços. O valor depende do pátio credenciado na cidade de Cuiabá.
Salvador (BA): Na capital baiana, a Transalvador gerencia o serviço. O reboque de motos custa R$ 90,81, um dos valores mais baixos do país.
Para veículos leves em Salvador, a taxa de remoção é de R$ 340,56. Para veículos pesados, o custo definido pela prefeitura é de R$ 595,98.
Recife (PE): O Detran de Pernambuco tem sua tabela oficial. A remoção de uma moto na capital custa R$ 164,12. Para carros, o valor é R$ 295,42.
O reboque de um veículo pesado na cidade do Recife, de acordo com a tabela do estado, tem um custo de R$ 508,79 para o proprietário do veículo.
Fortaleza (CE): Na capital cearense, a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) define os preços. A taxa para motos é de R$ 119,78, um valor baixo.
Para carros de passeio, a taxa de guincho em Fortaleza é de R$ 199,63. Para os veículos pesados, o valor cobrado pela AMC é de R$ 439,18.
São Luís (MA): O Detran maranhense não tem uma tabela online fixa. O valor da remoção é informado no momento da infração pelo agente de trânsito.
João Pessoa (PB): Na Paraíba, o Detran define os valores por portaria. A remoção de motos custa R$ 145,20. Para veículos leves, R$ 242,00.
Maceió (AL): O Detran alagoano estabelece os preços para os pátios. A remoção de uma moto na capital custa em média R$ 148,00. Para carros, R$ 275,00.
Teresina (PI): No Piauí, não há tabela centralizada e pública. Os valores do guincho na capital dependem do pátio credenciado que faz o serviço.
Natal (RN): O Detran potiguar define os custos em portaria. A remoção de motocicletas na capital tem o valor de referência de R$ 153,00.
Em Natal, para carros e utilitários, o valor do guincho é de R$ 255,00. Já para os veículos de grande porte, o custo da remoção é de R$ 459,00.
Aracaju (SE): Em Sergipe, o Detran não publica uma tabela de taxa fixa. O custo varia conforme a empresa que presta o serviço de guincho na capital.
Manaus (AM): O Detran do Amazonas estabelece os valores de remoção. A taxa para motos na capital é de R$ 143,40. Para carros, o dobro: R$ 286,80.
Para veículos de grande porte, como caminhões e ônibus, o custo do serviço de guincho na cidade de Manaus é de R$ 516,24, segundo a tabela oficial.
Belém (PA): No Pará, os valores são definidos em portaria pelo Detran. O reboque de uma moto na capital paraense custa, em média, R$ 170,00.
Para carros de passeio e utilitários, a taxa de remoção em Belém é de R$ 310,00. Para veículos pesados, o valor sobe para R$ 550,00, em média.
Porto Velho (RO): O Detran de Rondônia não tem uma tabela pública de fácil acesso. Os valores são informados no pátio credenciado ou no ato da remoção.
Rio Branco (AC): No Acre, as taxas são definidas em portaria do Detran. A remoção de uma moto na capital custa em torno de R$ 130,00, em média.
Para carros leves, o valor do guincho em Rio Branco é de R$ 250,00. Para veículos pesados, a taxa de remoção sobe para cerca de R$ 480,00.
Macapá (AP): No Amapá, os valores dependem de contrato com os pátios. A consulta direta no Detran ou no pátio é necessária para obter o valor exato.
Boa Vista (RR): O Detran de Roraima tem uma tabela de serviços definida. A remoção de motos na capital custa, em média, R$ 125,00, um valor baixo.
Em Boa Vista, a taxa para guinchar veículos leves é de R$ 220,00. Já para os veículos pesados, o custo da remoção fica em torno de R$ 410,00.
Palmas (TO): Em Tocantins, o Detran não publica uma tabela fixa. O valor da remoção na capital varia conforme a empresa credenciada que faz o serviço.
Ver essa lista gigante de números é uma coisa, mas entender o impacto real no seu bolso é outra. Vamos fazer algumas simulações bem práticas agora.
Lembre-se: estes cálculos não incluem a multa que causou o reboque, nem outros débitos, como IPVA atrasado, que também precisam ser pagos.
Vamos imaginar que uma moto foi rebocada em Porto Alegre, e o dono demorou 5 dias para regularizar tudo. Usando a tabela oficial do Detran-RS:
O cálculo seria a taxa de remoção de R$ 260,28, mais cinco diárias de R$ 26,02, que totalizam R$ 130,10. O custo final seria de R$ 390,38.
Agora, um carro de passeio que foi guinchado na capital de São Paulo e ficou parado no pátio por longos 15 dias. A conta aqui fica bem mais salgada.
Seria a remoção de R$ 381,64, somada a 15 diárias de R$ 38,15, que dá R$ 572,25. O custo total, sem multas, chegaria a R$ 953,89 para liberá-lo.
Nossa última simulação é de uma van de trabalho que foi removida em BH e ficou um mês inteiro no pátio, um prejuízo enorme para o proprietário.
Seria a taxa de reboque de R$ 286,84, mais 30 diárias
Com todos os débitos do veículo zerados, o próximo passo é pagar pelo guincho e pelas diárias. O pátio ou o Detran vai emitir um boleto com o valor.
O pagamento deve ser feito e compensado no sistema antes de você prosseguir. Guarde o comprovante, pois ele será exigido na hora da retirada do bem.
Tudo pago? Ótimo. Agora junte os documentos: CRLV-e atualizado, seu documento com foto (RG ou CNH) e todos os comprovantes de pagamento que você fez.
Em muitos estados, é preciso agendar a retirada. Verifique no site do Detran para não perder a viagem. Só o dono ou um procurador pode retirar.
O processo de remoção e liberação de um veículo vai além de só pagar contas. Existem situações delicadas e direitos que muitos motoristas não conhecem.
Abordar estes pontos é chave para que você esteja 100% preparado para lidar com os imprevistos que podem aparecer no meio de todo esse processo.
Essa é uma situação que acontece mais do que se imagina. Se você notar que seu carro foi danificado durante a remoção, a culpa é da empresa de guincho.
O Código de Defesa do Consumidor te protege. O ideal é não retirar o veículo. Chame o gerente, tire muitas fotos, faça vídeos e registre um B.O.
A dívida do pátio muitas vezes passa o valor do veículo, tornando a recuperação inviável. Essa
